Bem vindo!

Você que me visita, sinta-se em casa! Se tem um animal que também apronta boas travessuras e te faz sorrir todos os dias, deixe seu relato. Se tem um coelhinho e ele se parece com minha Chérie, deixe também seu comentário!

Ma Chérie + eu!

Ma Chérie + eu!
Foto do dia 23/08/2010

sábado, 4 de setembro de 2010

O começo da minha história com Chérie

É muito triste pensar no rumo das coisas, e na veracidade da vida sem usar os “olhos sociais”. E foi assim, como um presente (“presente de GREGO”), que ela veio para a minha casa, minha vida, meus dias. Um pequeno e fofo ser, que ali a espera de um comprador, que provavelmente não lhe daria nenhuma consideração, afeto ou direito de viver. Se não usada para procriar outros com o mesmo triste fim, e em poucos meses talvez sua frágil vida teria fim. Hoje dia 05/09/2010 faz exatamente um mês que amo Chérie.  Cinza nevado com luvinhas nas quatro patinhas, rabinho branco e uma faixa branca na cabeça que vai até o focinho rosado, como disse o Veterinário, de orelhas grandes e pontudas, que em apenas um mês já acabou com um chinelo, roeu a fonte do meu notebook, da impressora e todos os outros fios pela casa, sem falar do restante das traquinagens que contarei a seguir.
Por que um coelho? Muitos me perguntam... São animais lindos, e como muitos acham, de sem graça não tem nada, muito pelo contrário, Chérie me faz sorrir todos os dias, assim como me mata de raiva algumas vezes.... mas isso é normal, ela está viva, e acreditem, tem muita personalidade.
O primeiro dia em que a vi, ela estava em uma gaiola pequena espremida entre outros tantos, seus irmãos, que infelizmente não tiveram a sorte de serem amados como eu a amo. Ganhei Chérie de presente de aniversário, e digamos de passagem, foi o único, porém valeu por muitos outros que talvez eu pudesse receber naquele dia. Não tenho como explicar o quanto ela me alegra e preenche meus dias de alegria. Chéri (do francês-queridinho) como foi chamada durante um mês praticamente, acreditando fielmente ser um macho, e tratando como tal, até então nunca tinha corrido livre, mesmo em um pequeno espaço. A alegria e saltinhos que dava me fizeram tão feliz...pois via naquela pequena criatura a alegria de poder correr pela primeira vez.
Minha história com Chéri (que agora é Chérie - queridinha) de fatos curiosos e desastres engraçados iniciou no primeiro dia, travessa como é, não esperou nem 24h antes de aprontar. Como não esperava, não tinha nada em casa para alimentá-la, sai por alguns instantes, quando cheguei chamei por ela algumas vezes, procurei por todo lugar e não encontrei, havia deixado na frente da casa e me certifiquei de estar tudo cercado para que não fugisse, mas não estava em lugar algum....o desespero tomou conta e pronto, desabei, poxa no primeiro dia e já sumiu, me pus a chorar e desesperada sai na rua, perguntei para pessoas que passavam... sem entender nada e com olhar  confuso me respondiam não ter visto. Corri para a casa da vizinha e pedi para olhar em seu quintal. No escuro mesmo, chamava e procurava num desespero tamanho, então vi algo peludo saltitando no escuro...Chérie fugiu para a casa do vizinho e se recusava a me deixar capturá-la, corria, pulava pra tudo que era lado e depois de muito suar de um jeito meio desajeitado consegui, e um sentimento de conforto tomou conta de mim, apertei ela forte nos braços...Chérie estava bem, assustada, provavelmente não entendeu nadinha do que aconteceu naquele dia, mas sem saber me fez sofrer uma angustia horrível.
Resolvi que nunca a colocaria em uma gaiola outra vez, cerquei uma parte da cozinha, improvisei uma casa feita com caixa de papelão e serragem. Deixei água e comida, e na esperança de que ela faria xixi na caixinha, improvisei um W.C. Quando acordei de manhã Chérie estava do lado de fora do cercado e olhando para mim de maneira engraçada, como se quisesse me dizer que eu falhei ao tentar limitar o seu espaço. Dei risadas e olhando para ela, ainda meio sem entender como ela tinha saído, em questão de segundos, coisa de um piscar de olhos, eis que Chérie estava de volta ao cercado. Fiquei passada, olhei tudo e não acreditei, ela conseguiu se espremer debaixo de uma abertura que deixei sem perceber na lateral do fogão, não mais que 10 cm de largura e no máximo 5 cm de altura. Não acreditei, mas depois deste dia não duvidei mais da capacidade e inteligência de Chérie.
Gastei uma pequena fortuna para assegurar seu conforto, comprei casinha, resolvi usar o corredor entre meu quarto e o banheiro, cerquei a saída para a cozinha com uma caixa grande. Olhei todos os detalhes para ter plena certeza de que estaria bem. Acordei na manhã seguinte olhei em direção ao chão e Chérie não estava, quando elevei a cabeça, não acreditei no que vi, Chérie sapeca estava na terceira prateleira do corredor me olhando com ar de travessa. Esperta como só, e curiosa até demais, usou a casinha como escada, feito uma cobra aproveitou a parte do teto que estava encostado na parede e se arrastou até uma caixa mais alta, de lá saltou para a primeira prateleira, foi só o que consegui presumir, até hoje não sei como chegou à terceira prateleira.
Os dias foram passando e Chérie tomando uma fissura pelos chinelos que usava quando estava em casa, mesmo calçada e caminhando ela tentava roer. Centro dia cheguei em casa após o trabalho e vejo Chérie em cima da primeira prateleira outra vez, mas dessa vez não se mexia e parecia estar triste, sem o olhar travesso das outras vezes, quando peguei ChérieChérie, uma das muitas traquinagens que até hoje não descobri como ela fez.
Passada uma semana, Chérie já tinha aprendido parcialmente onde poderia fazer suas sujeirinhas, e desenvolveu um interesse sobrenatural pelo meu quarto, só de ouvir o barulho da porta a bicha já ficava louca, tentando entrar de tudo quanto era jeito. E foi assim que ela começou as pequenas destruições e me causar prejuízos. Com dó, acabei deixando ela entrar, tomou gosto por ficar na cama comigo, até aí tudo bem, sempre achei lindo, e saber que ela se sentia bem do meu lado não tem explicação. Sem perceber, ela roeu o fio da impressora, do notebook e os meus chinelos que hoje, já não são meus, abri mão, até mesmo pelo estado em que estão, agora é seu brinquedo favorito.
Resolvi tentar usar areia de gato no seu W.C, isso me poupou grande trabalho e tempo, em pouco tempo ela adotou a idéia, e sem contar com alguns pequenos acidentes, Chérie já tinha aprendido a fazer tudo no lugar em que deveria. Exceto uma vez, que eu juro ser vingança, briguei com ela, na manha seguinte tinha uma poça de xixi bem na minha porta, não foi próximo, foi exatamente na porta, como se ela tivesse encostado ali e fizesse por vingança. 
Sem saber e sempre muito preocupada com alimentação da minha Chérie, certo dia lhe dei batata, resultado foi uma diarréia horrorosa, aquilo me deixa assustada até hoje, até então se alguém me falasse que fezes de coelho tem mau cheiro eu diria mentira. Assim como todo animal, ela sujou o bumbum todo, e sobrou para a pessoa aqui em questão limpar, a pergunta era Como? Conto mais ninguém acredita, nem eu mesmo acredito, Chérie sempre foi muito arisca e colocá-la de barriga p/ cima e ainda por cima limpar o estrago que a diarréia causou é uma coisa impossível para uma pessoa só fazer, mesmo pequena, é forte e a mordida pode machucar. Mas ela ficou quietinha depois que elevei um pouco a voz e olhei para ela com olhar de zangada. O bumbum e todo restante estava limpo e eu nunca mais dei batata para ela comer. Lição aprendida.
Preocupada com a saúde dela, percebi que ela ficava no W.C deitada, briguei para que saísse, e ela marota me olhou e rolou na caquinha. Mesmo zangada, não consegui conter o riso e pensar no quanto ela era debochada. As vezes quando pego ela dormindo no meio do dia, chamo sua atenção de digo que é preguiçosa, ela simplesmente me olha e se despreguiça escorregando as patinhas dianteiras pelo chão até chegar aos meus pés. Ali mesmo ela fica, deitada toda esticada no chão feito um tapete. Esses momentos realmente não têm preço. Ou quando ela sobe na minha cama e me pede carinho. Chérie assim como eu, adora cafuné, ela abaixa as orelhinhas inclina a cabeça e deita de forma bem confortável próximo a minha mão e chega a cochilar.
Resolvi buscar mais informações sobre como cuidar melhor de coelhos na internet, péssima idéia, isso me deixou paranóica e Chérie parecendo saber, começou a espirrar muito, o olho remelando, fiquei desesperada pensando no pior e corri com ela para o Veterinário, onde ficou uma outra pequena fortuna, na minha região cuidar de coelhos como animais de estimação não é uma coisa muito comum, imagine eu andando pelo centro da cidade com um coelho no colo preso por uma guia que eu mesma fiz, o espanto e admiração das pessoas era uma coisa inacreditável, parecia que estava carregando um E.T no colo. Mas enfim, o taxista se assustou e disse pensar ser um cachorro, mas não fez objeção, chegando ao hospital Veterinário, foi outra sensação, apesar de verem de periquitos até cavalos, Chérie era a primeira coelha a visitar o Veterinário, que apesar de especialista em roedores, ainda não tinha recebido a visita de um coelho de estimação. Com ”apenas” 9 de seus alunos curiosos sobre a fisiologia e oportunidade de aprender sobre coelhos, o pequeno consultório ficou abarrotado. E eu ali, de pé olhando para ela, que por sua vez estava a me fitar com olhos de quem pede socorro enquanto apalpavam suas partes intimas, daí então veio a notícia, Chéri na verdade era fêmea, meio zonza e pensando no tempo que passei acreditando e tratando ela como ele. Uma frase saiu da minha boca, ainda bem que não levei para cruzar. Ouvi risadas, mas certamente foi pela minha frustração e pequeno momento de confusão emocional, e não pelo o que eu disse. Minha frustração não estava no fato de ser uma fêmea, mas no de eu tratá-la como um macho. Em seguida o Veterinário emendou, certamente deve ter seus 6 meses de idade. Mais um choque, me falaram que ele que agora era ela tinha no máximo 3 meses de idade. Sem perceber, coloquei as duas mãos no rosto e meio zonza disse, tadinho ele ficou 5 meses dentro daquela gaiola, e meus olhos se encheram de lágrimas. Aí alguém me corrigiu, dizendo...Tadinha ou tadinho do coelho né, e mais risadas. Lembrei da peitoral e guia azul que fiz e só conseguia pensar em como eu a modificaria para deixar mais feminino. Nessa confusão toda me consolei com o fato de que agora posso encher Chérie com muitos laços, brilhinhos, e todas as coisas de meninas. Ainda meio confusa respondia ao assistente do Veterinário, perguntas como o nome do animal, nesse momento o Veterinário disse, que bom que você usou um nome unisex praticamente, eu pensando, poxa se soubesse antes teria dado o nome de Fleur, mas enfim, adicionei um “e” no final e resolvi o problema. Quando tudo tinha terminado e o diagnostico tinha sido dado, Chérie estava ótima, apenas um pouco resfriada, o que segundo o Veterinário é comum nessa época de clima seco. Enquanto ensinava aos alunos, Chérie escorregando na mesa do Veterinário, só tentava vir para os meus braços, enquanto um de seus alunos insistia em segura-la, disse que poderia soltá-la, então ela veio na minha direção, me cheirou, ficou em duas patas e se apoiou na minha barriga, então eu a segurei no colo e ela ali ficou, sossegada e satisfeita por ter acabado, foi quando ouvi um Ahhh das alunas, admirando o fato dela ter corrido para os meus braços. Depois de passada toda aquela confusão e retirada todas as minhas duvidas sobre coelhos. Me sentei do lado de fora do consultório, enquanto ligava para o serviço de táxi, peguei a receita e vi que o assistente ao escrever Chéri, acabou colocando Cherry e chamando ela de cereja, menos mal, pelo menos agora eu sei que ela é fêmea, não seria legal no caso de um macho.
Conforme o passar dos dias, Chérie adquiriu o hábito de me acordar, quando deixo ela dormir no quarto, exatamente as 6:30 da manhã ela sobe na cama, e fica correndo feito louca de um lado para o outro, pula em mim, me lambe, e se não me mexer ela até me morde. O que me faz rir muito. Se deixo ela do lado de fora, para poupar a mobilha, e todo restante do meus bens, ela arranha a porta até que eu levante. Não sei por que ela faz isso, sendo que eu só tenho que levantar às 7:00 pm para me arrumar para o trabalho.
Aos domingos e dias em que estou em casa, coloco a guia e saio com Chérie para a pracinha......onde ela tem 5m de guia para andar e explorar a vontade. Sento e fico olhando enquanto ela corre, pula, e come grama feito louca. Pessoas passam e surpresas sempre olham curiosas, muitos param e perguntam, certamente devem me achar maluca. Bom, ela tem tanta ou mais personalidade que um cachorro, então tem os mesmos direitos, inclusive o de passear. Não me importo com o que dizem, a única coisa que realmente importa é se Chérie está feliz.

2 comentários:

  1. Olá!
    Muito interessante seu blog, as coisas que escreveu da pequena... tb tenho um coelho, um mini lion, Tuig que tb tem blog. O que me chamou a atenção, ao ler o seu relato acima, foi que parecia que eu estava lendo sobre o meu pequeno, tudo igual. Acordar de manhã no mesmo horário, pular na cama, as travessuras,nossa!!
    Coelhos são animais únicos, muitos pensam que são animais pra ficarem presos em gaiolas e não interagem com as pessoas. Tuig vive solto dentro de casa 24h por dia. Além do blog dele, onde também falo do mundo animal,tenho outro blog, pois, como faço muitas pesquisas em sites americanos, diante da deficiência de veterinários realmente especialistas em lagomorfos, resolvi compartilhar o que aprendi para outros donos de coelhos.
    Parabéns, dá pra perceber o quanto a pequena é amada e bem tratada, sorte de poucos, né?

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, fico feliz que minhas histórias com a paixão da minha vida desperta interesse em outras pessoas, obrigada pelo carinho.

    ResponderExcluir